Na próxima terça-feira, 29, o Hospital Psiquiátrico São Pedro completa 137 anos com atuação ininterrupta. Inaugurado no final do século XIX, ultrapassa o século XX e chega ao século XXI numa permanente adaptação às Políticas de Saúde e à sociedade contemporânea.
CRIAÇÃO
O Hospício São Pedro foi fundado em 1884, no segundo império,
período em que o Brasil adotava os hospícios como espaços apropriados para o
acolhimento dos insanos propondo asilo e tratamento com objetivo de promover a cura ou a
segregação dos alienados crônicos. Sua criação se apresenta como o resultado do
esforço da sociedade civil, científica e, principalmente dos provedores da
Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre que já mostravam preocupação com a
população de alienados que crescia na instituição, além das cadeias nas
intendências e na Capital da província.
Uma guarda de honra do 13º Batalhão postada à frente do
edifício considerado um dos mais importantes da província pelos seus fins e
pelas grandes proporções, zelava pelo ato solene inaugural que ocorreu às 13
horas da tarde, com a presença das autoridades, convidados e imprensa. Um dia
antes da inauguração, 41 alienados foram levados para o Hospício, sendo 25 da
Santa Casa e 16 da cadeia. Às 15 horas a instituição abriu as portas para a
visitação da população.
O HOSPITAL ATRAVÉS DO TEMPO
Nos 137 anos de existência, o Hospital Psiquiátrico São Pedro
foi o local onde todas as inovações e práticas terapêuticas foram adotadas
sendo a referência para os tratamentos psiquiátricos centralizando a história
da psiquiatria no Rio Grande do Sul.
Enfrentou muitos problemas, especialmente a superpopulação. Quem melhor definiu este problema que acompanhou a instituição por décadas, foi o médico Jacintho Godoy que mais tempo permaneceu na direção do São Pedro ficando em duas gestões de 1926/ 1932 e 1937/1951: “O Hospital São Pedro é a Mãe de Todos, acolhe os doentes mentais, os que não são doentes mentais e até mesmo o que não são doentes”, deixando claro a dificuldade em estabelecer os critérios de internação que ultrapassava as questões técnicas e científicas e incorporava as questões sociais e comportamentais da sociedade. Na década de 70, o Hospital foi a moradia de mais de cinco mil pessoas.
Atualmente, o desafio do HPSP se concentra no processo de
desinstitucionalização por meio dos residenciais terapêuticos. Objetiva
transferir os 46 moradores remanescentes das unidades do Hospital para casas da
comunidade. Em seis residenciais terapêuticos já foram transferidos 84
pacientes num trabalho que teve início em 2002, a partir da Lei da Reforma
Psiquiátrica (Lei 10.216/2001) que estabelece a priorização do tratamento em
saúde mental na rede de atenção primária em unidades de saúde e Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS).
MEMORIAL
Para apresentar a história da instituição centenária, há 19
anos o HPSP mantém o Memorial, localizado no segundo pavilhão histórico na
dependências do Hospital. Dispõe de um rico
acervo disponibilizado para os
visitantes e pesquisa.
Durante a pandemia da Covid 19, as visitas em grupo foram suspensas. A partir do mês de
junho de 2021 foram reabertas as visitações individuais pelo turno da manhã. O
agendamento pode ser feito pelo e-mail: hpsp-memorial@saude.rs.gov.br.
Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul
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Telefones: (51) 32401312